Rui Garrido, Diretor Clínico do FC Penafiel, está “na linha da frente, no combate à pandemia. Faz parte de uma área criada na luta contra o COVID-19 no Agrupamento de Centro de Saúde do Vale do Sousa Sul e fala da importância da “capacidade de realização de testes, a nível nacional” assim como da “capacidade de resposta do SNS”.
O responsável médico do emblema de Penafiel apela ao “sentido de dever patriótico” e invoca o “amor ao próximo” dos portugueses no “cumprimento das regras de quarentena”, revelando que o pico não deverá acontecer antes do mês de maio.
Como tem seguido esta situação do Covid-19?
Com muita proximidade, uma vez que estou na linha da frente em ADC (Área Dedicada para avaliação e tratamento de doentes COVID-19), no ACES (Agrupamento de Centro de Saúde) Vale do Sousa Sul. Esta é uma área dedicada ao Coronavírus, criada de acordo com última norma da DGS da fase de mitigação para despiste de potenciais casos suspeitos de Covid-19.
Que tipo de trabalho tem sido realizado pelo Departamento Médico do FC Penafiel no acompanhamento ao plantel, durante a pandemia?
Foi criado um Plano de Contingência para COVID-19 de acordo com normas da DGS e no próprio estádio foi criada uma área de isolamento para casos suspeito. O seguimento é feito através de contacto telefónico para rastreio de sintomas suspeitos e para insistência no cumprimento de quarentena profilática. O plano de treinos está a ser monitorizado individualmente pela equipa técnica, enquanto que, a nível nutricional, cada atleta tem o seu plano individual.
Quais os maiores problemas que os jogadores poderão encontrar nesta fase?
Nesta fase é de vital importância o cumprimento das regras de quarentena, o que é válido para todo o agregado familiar do atleta, sendo maior o risco no caso do não cumprimento destas regras. Também o cumprimento do plano nutricional e de treinos individuais é obrigatório, mas tem decorrido dentro da normalidade. Por outro lado, a perda de ritmo competitivo é uma consequência indesmentível.
Acredita que existem motivos para acreditar na melhoria da situação do país?
Do que tenho visto diariamente na linha da frente e com acesso diário à plataforma Trace COVID, esta situação não será ultrapassada brevemente. Finais de maio/ início de junho é a versão mais otimista. Depende de vários fatores, principalmente da capacidade de realização de testes, a nível nacional, e, ao mesmo tempo, da capacidade de resposta do SNS para o pico que se advinha que não venha a acontecer antes de maio.
Que mensagem e/ou recomendação quer deixar aos portugueses?
Cumpram com sentido de dever patriótico e por amor ao próximo todas as normas da DGS (Direção Geral de Saúde), sem medos e juntos vamos vencer.