Num dos momentos mais esperados do primeiro dia do Thinking Football Summit 2023, Roberto Carlos, Campeão do Mundo ao serviço do Brasil e vencedor da Liga dos Campeões enquanto jogador do Real Madrid, subiu ao palco do TFS Stage acompanhado por Emiliano Ventura (Diretor do Bioperfomance Center in Madrid) e Sérgio Gomes (Diretor Clínico no Al-Ittihad).

Neste debate com contributos valiosos sobre a mentalidade, a superação de lesões e as estratégias de apoio necessárias para que os atletas alcancem o sucesso, o internacional brasileiro recordou, num painel onde reinou a boa disposição, os tempos de jogador e, mantendo-se ligado ao futebol, o que mudou nestas temáticas.

“Os jogadores hoje são mais fechados. Não tínhamos uma estrutura como existe hoje no futebol. Precisas de confiança das pessoas para que não te lesiones, para que estejas motivado para o próximo jogo. Isso acontecia, mas agora ainda mais”, começou por afirmar o antigo lateral esquerdo, que explicou o seu papel para alcançar a alta performance nos jogadores do Real Madrid.

“Eu sempre fui muito amigo dos jogadores e o Real Madrid contratou-me para isso. Eu sou, no fundo, um mentor, para que os jogadores de fora se adaptem rápido ao clube”. Por fim, deixou um conselho a todos os clubes: “Tem de haver uma boa relação entre equipa técnica, staff e jogadores. Esse ambiente faz com que o ambiente na frente seja melhor”.

Já Emiliano Ventura destacou a evolução ao longo dos anos no que à longevidade e à recuperação diz respeito. “Não é a lesão que torna os atletas mais fortes, mas sim a preparação e o ambiente. Toda esta questão da adversidade é hoje muito mais simples. Os atletas estão muito mais informados. Temos atletas a jogar com mais de 40 anos ao mais alto nível. É preciso ser um atleta dentro e fora de campo. O atleta atualmente trabalha na recuperação da mesma forma que trabalha para o jogo”, afirmou.

Por seu lado, Sérgio Gomes explicou o lado difícil, enquanto diretor clínico, de informar o jogador sobre uma lesão grave. “Enquanto médicos, é difícil comunicar ao atleta que terá de parar e fazer uma reabilitação. É muito importante que ele tenha aderência ao que lhe vamos propor. Mas o jogador quando se lesiona, seja em que país seja, está sempre predisposto a trabalhar para regressar”, começou por explicar.

Agora ao serviço do Al-Ittihad FC, abordou as especificidades de trabalhar na Arábia Saudita. “Não temos o problema do álcool, mas temos o problema dos açúcares. É tradição nos sauditas comerem uma sobremesa cada um que dava para uma equipa inteira comer. Ainda não passei pelo Ramadão, mas isso irá levar a estratégias ao nível de treino, nutrição, sono, será desafiante. Temos também a questão do calor extremo e de grande humanidade e estamos a trabalhar para melhorar a performance nesses ambientes”.

Roberto Carlos discutiu desafios e superação dos atletas no TFS Stage

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