Uma das principais fontes de receitas do Futebol cifra-se na transação de atletas entre clubes. São vários os emblemas que apostam num modelo centrado na formação e aquisição de jogadores para desenvolverem e, posteriormente, venderem com elevado lucro.

Nos últimos anos, ainda assim, temos assistido ao aparecimento de outras fontes de receitas, que alteraram a estratégia de vários emblemas. Os testemunhos de Helena Costa (Diretora de Recrutamento do Watford FC), Miguel Ribeiro (Presidente do FC Famalicão) e Tiago Pinto (General Manager na AS Roma) refletiram diversos contextos com foco nestes temas, num debate moderado por Miguel Farinha, Head of Strategy and Transactions na EY.

Tiago Pinto começou por dar o seu ponto de vista relativo à experiência nos giallorossi, onde inicia a quarta temporada no cargo de Diretor Desportivo. “Atualmente, não conseguimos fugir do tema das transferências, transformando as receitas extraordinárias em ordinárias. E nós, como diretores desportivos, também somos diretores financeiros, devido a todas as contas que temos de prestar aos donos dos clubes. Também temos uma aposta muito forte na formação, mas, do ponto de visto do mercado, temos de estar preparados para tudo”, começou por dizer, deixando igualmente uma sugestão:

“As janelas de mercado deviam mudar. Não concordo que esteja aberto quando começam as competições. É algo que não faz sentido e ainda por cima existirem outras ligas em que o mercado acaba semanas depois. É um desafio para os clubes, porque o dinheiro não resolve tudo.”

Já Miguel Ribeiro foi o porta-voz da evolução que o FC Famalicão tem conhecido e deixou os pontos principais que têm contribuído para o crescimento do clube. “Tentamos ter uma fábrica melhor para termos um produto melhor. Mais espaços e mais valências que nos levem a ser mais competentes no rendimento, na performance, no scouting ou na nutrição. O centro de treinos foi construído precisamente por isso, para podermos dar o salto e chegar ao patamar seguinte, juntamente com a Liga Portugal para evoluirmos de forma conjunta em prol do crescimento do Futebol português.

Por fim, Helena Costa referiu que “o mercado de transferências tem variado ao longo dos tempos”, acrescentando que “o fator económico é o que move os clubes, com a receita dos jogadores a revelar-se o principal foco.”

“Os clubes, por necessidade, são cada vez mais vendedores, mas varia também consoante a cultura em que os emblemas estão inseridos. Por outro lado, não há uma forma de chegar ao sucesso. A formação e aposta nos jovens é muito importante, assim como a ‘paciência’ com os treinadores, que não podem ser despedidos com poucos meses de trabalho”, concluiu a Diretora de Recrutamento do Watford FC.

Transferências e receitas no Futebol em debate no TFS Stage

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