Tempo útil de jogo e o ciclo pós 2024 foram os temas dominantes neste terceiro encontro
A Liga Portugal promoveu, esta quinta-feira, a terceira edição do Fórum de Treinadores, onde estiveram presentes 28 Sociedades Desportivas, numa reunião com bastante participação de todos os envolvidos e na qual foram debatidos diversos temas, com o tempo útil de jogo e o ciclo pós 2024 a dominarem as atenções.
Neste encontro estiveram também presentes Luciano Gonçalves (Presidente da APAF), Domingos Paciência (em representação da ANTF, José Pereira), José Guilherme Oliveira (representante da Direção Técnica da FPF), Duarte Gomes (ex-árbitro), assim como os treinadores Luís Castro, atualmente no Botafogo.
Duarte Gomes começou por abordar as perspetivas e recomendações que as equipas de arbitragem receberam no início da temporada, nomeadamente para um maior rigor com as entradas violentas, que possam colocar em causa a integridade física dos jogadores, nas simulações, na menor tolerância para o comportamento dos banco e, sobretudo, alertar para as perdas de tempo.
Seguiu-se Tiago Madureira, que focou a sua apresentação no tempo útil de jogo. O Diretor Executivo da Liga Portugal reforçou a importância de “um tema onde não há culpados e com elevada relevância na atualidade para a melhoria do espetáculo desportivo e do entretenimento do produto televisivo”, disse o responsável.
Os indicadores são, efetivamente, de melhoria no que vai da temporada 2022-23, sendo que a introdução do novo padrão da parametrização das paragens de jogo, com novos critérios de avaliação, permite um maior rigor na caracterização das causas de tempo não efetivo de jogo. Existem, de facto, sinais de evolução nos números mais recentes, mas existe a necessidade de percorrer um caminho que aumente (ainda mais) a qualidade do espetáculo desportivo.
Já Luís Castro, atual treinador do Botafogo (Brasil), chamou a atenção para a questão cultural e a forma como os técnicos e os clubes dependem do resultado, “algo que influencia de forma determinante o tempo útil”. Uma opinião partilhada por Armando Evangelista (FC Arouca), que sublinhou não dever olhar-se apenas para árbitros ou treinadores, mas também para “a capacidade de os clubes poderem equilibrar os seus plantéis” e que, apenas dessa forma, poderá existir mais competitividade.
Este foi, de facto, um Fórum com bastante participação e Luís Freire, treinador do Rio Ave FC, sublinhou a necessidade da existência de um “maior investimento financeiro para quem jogue mais” ou que contribua para um jogo com menos paragens. Uma medida, que seria implementada de forma semanal ou mensal, mas com o principal objetivo de premiar clubes, jogadores, treinadores e árbitros.
Domingos Paciência, em representação do Presidente da ANTF, José Pereira, mostrou preocupação com os últimos 15 minutos de cada partida e de que maneira se pode intervir nessa fase do jogo ou que medidas poderão ser implementadas, nomeadamente no período de compensação, para que haja mais tempo útil.
Luciano Gonçalves, Presidente da APAF, foi também um dos oradores da III edição do Fórum de Treinadores, ele que reforçou o tema da cultura desportiva, ou seja, a instabilidade revelada por parte dos dirigentes em relação aos treinadores e à valorização das equipas que tenham maior percentagem de tempo útil de jogo.
Por fim, Helena Pires, Diretora Executiva da Liga Portugal, teceu um diagnóstico sobre o ciclo pós 2024, nomeadamente em “relação à calendarização que será cada vez mais apertada e a possibilidade de redução do intervalo de tempo entre jogos para fazer face à exigência competitiva”. “Por outro lado, para além da preocupação diária com as competições internas, duas questões deverão ocupar-nos até à quarta edição do Fórum de Treinadores, que irá realizar-se em março de 2023: Como manter a competitividade? Como valorizar (ainda mais) o produto TV?”. Questões importantes.