A FIFPro e a European Leagues desenvolveram, a partir de um grupo de trabalho internacional, uma posição conjunta sobre a necessidade de responder adequadamente à concussão cerebral dos jogadores de futebol, quer alertando para os danos causados na saúde quer integrando no protocolo a seguir pelas equipas e staff médico procedimentos claros na identificação e avaliação da concussão, bem como a resposta de modo a proteger, acima de tudo, a saúde.

Tendo o Presidente do Sindicato dos Jogadores integrado o grupo de trabalho, em representação da FIFPro e acompanhando o Presidente da Liga Portugal nesta matéria, no quadro do cargo que ocupa nas European Leagues, ambas as instituições decidiram desenvolver uma posição conjunta, na qual pretendem envolver os médicos do futebol profissional. O caminho passa por poder adaptar as recomendações internacionais à realidade portuguesa, vindo, eventualmente, a regulamentar um plano de ação em contexto de treino e de jogo, após a identificação da respetiva concussão.

Joaquim Evangelista, Presidente do Sindicato dos Jogadores, reforça a motivação para este projeto e refere que “a concussão cerebral é um tema pouco falado e os dados pouco disseminados na correlação com a saúde dos jogadores a médio e longo prazo, designadamente as questões relacionadas com a demência”. “Sabemos que os jogadores, na emoção de um jogo, por vezes não querem abandonar o terreno de jogo, mesmo quando o devem fazer. É com este sentido de responsabilidade, e desejo de melhorar a resposta que proteja a saúde dos jogadores, que trabalharemos com a Liga e, consequentemente, com os respetivos departamentos médicos dos clubes, de forma a que a implementação dos princípios e normas de conduta cientificamente recomendados, sejam cada vez ainda mais um assunto a ter em atenção por todos os agentes desportivos. É por isso com sentido de responsabilidade e desejo de melhorar a resposta que proteja a saúde dos jogadores que trabalharemos com a Liga na implementação dos princípios e normas de conduta cientificamente recomendados, bem como na sensibilização dos agentes desportivos para a temática”, destacou o Presidente do Sindicato dos Jogadores.

Pedro Proença, Presidente da Liga Portugal, salienta que “esta é uma matéria que deve merecer a máxima atenção de todos os agentes do Futebol Profissional”. “Este trabalho conjunto entre a Liga Portugal e o Sindicato dos Jogadores é um passo muito significativo no sentido de proteger a saúde física e mental os jogadores. Além dos evidentes riscos para a sua integridade física, existe o sério perigo de desenvolvimento de demência quando terminam as respetivas carreiras. No sentido de minimizar essas situações, iremos trabalhar em articulação estreita com os departamentos médicos das Sociedades Desportivas. Um trabalho sério de sensibilização para que integrem nos seus protocolos de trabalho medidas tendentes a salvaguardar a integridade dos atletas. De resto, o tema da concussão cerebral tem sido alvo de discussão no seio da European Leagues e todos somos unânimes quanto à necessidade de agir o quanto antes, para que o Futebol Profissional seja uma atividade segura e com sinónimo de saúde”, disse Pedro Proença.

Sindicato dos Jogadores e Liga trabalham em protocolo para a concussão

Sindicato dos Jogadores e Liga trabalham em protocolo para a concussão