Helena Pires foi uma das convidadas a participar na 23.ª edição do Congresso Nacional da Ordem dos Médicos. A Diretora Executiva da Liga Portugal palestrou, esta terça-feira, no painel “Colégio de Medicina Desportiva | A medicina desportiva em tempos de pandemia: O regresso à normalidade do desporto e do exercício.”, numa mesa moderada pelo médico Diogo Dias e que contou também com a presença de José Gomes Pereira, Médico Especialista Europeu em Medicina Desportiva.

Num congresso onde o tema principal foi a ciência e o seu papel em tempo de pandemia, Helena Pires abordou o papel da Liga Portugal relativamente aos desafios na retoma do futebol português e do impacto que a pandemia da Covid-19 está a ter, tanto nas competições profissionais, como nas Sociedades Desportivas, quer a nível económico, desportivo e também na formação de jogadores. A importância no regresso dos adeptos foi outro dos temas abordados.

Após a paragem dos campeonatos profissionais, em março de 2020, o futebol regressou a 3 de junho, fruto de “um planeamento enorme”. Desde então, no que à presente temporada diz respeito, foram feitos “mais de 72 500 testes e toda a gente que entrava em zona restrita foi completamente controlada”, revelou Helena Pires, defendendo que a Liga e as Sociedades Desportivas deram o seu melhor para que tudo acontecesse. “O sucesso desta operação foi sem dúvida a testagem”, prosseguiu, revelando que “pouco mais de 2,6% jogos adiados”. “Evitamos os contactos, estivemos sempre em bolha. Toda a gente esteve em bolha e entraram com resultados negativos”, disse a Diretora Executiva da Liga Portugal.

Abordando os problemas da falta de adeptos e do impacto enorme e talvez até insustentável para as Sociedades Desportivas que daí advém, a representante do organismo que tutela o Futebol Profissional defende que está na altura de os adeptos regressarem às bancadas. “Fizemos sete testes pilotos e ficou mais do que demonstrada a capacidade que o Futebol Profissional tem para organizar. Aliás tivemos no passado domingo a final da Liga dos Campeões no Estádio do Dragão, onde ficou mais do que provado que dentro dos estádios, que é o nosso âmbito, estamos preparados para receber competições. E, portanto, não acreditamos, não queremos acreditar e não queremos acreditar que vamos começar a próxima época desportiva sem público”.

Por fim, Helena Pires explicou que esse mesmo regresso “faz sentido, não apenas pela parte económica, mas também para agregação dos adeptos às suas equipas”, demonstrado que pode ter implicações futuras irreparáveis. “Se continuarmos sem criar a vontade de ir ao estádio, muita gente se vai perder. Isto para o futebol profissional é muito mau, mas para o desporto não profissional tem sido terrível. Porque vemos muita gente que está a sair do futebol e do desporto em geral, estão a deixar de praticar desporto e estão a criar outras opções que, no final do dia, não são tão saudáveis. E, portanto, é fundamental trabalharmos todos, no sentido de garantir que o público regressa aos estádios. Temos que tentar retomar a normalidade, não perdendo de vista a segurança por todos aqueles que vão ao futebol. E temos a certeza de que temos todas as condições para garantir que o desporto não é mais prejudicado pela falta dos seus adeptos”.

Helena Pires: “Não queremos acreditar que vamos começar a próxima época desportiva sem público”

Helena Pires: “Não queremos acreditar que vamos começar a próxima época desportiva sem público”