O pontapé de saída oficial da época 2019-20 será dado na próxima sexta-feira, no Palácio da Bolsa, no Porto, com o sorteio do calendário das três grandes competições do futebol profissional.

Na prática, porém, o evento do Kick-Off 2019-20 é já um ponto de chegada do trabalho de preparação que a Liga Portugal há muito começou. Falamos de temas tão diversos como a elaboração e aprovação dos Regulamentos, como da discussão pública e com os parceiros de matérias cruciais, como os seguros de acidentes de trabalho, as viagens de e para as ilhas, enfim, uma panóplia de assuntos que têm merecido especial atenção da entidade organizadora das competições profissionais que, em rigor, não tem defeso.

Não posso deixar de destacar a maturidade das sociedades desportivas na aprovação dos novos regulamentos, em concreto do Disciplinar, ratificado na AG da FPF, com uma maioria expressiva que demonstra uma superioridade institucional, um cuidado ético e uma responsabilidade que muito credibilizam as associações distritais. O sentido institucional que, uma vez mais, revelaram, contrasta com a vozearia de agentes incapazes de perceber o grande passo que foi dado pelos clubes do futebol profissional no incremento das exigências que impõem a si próprios.

Noutro tabuleiro, mas simultaneamente, temos estado a discutir, no seio de um grupo de trabalho criado pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, a solicitação da Liga, uma proposta concreta de alteração da lei que estabelece o regime específico da reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho dos praticantes desportivos profissionais. O escopo das alterações propostas pelos clubes prende-se com a necessidade de abrir o mercado a outras seguradoras e, naturalmente, adequar os prémios de seguro aos efetivos riscos a acautelar.

Com a Lei em vigor, este tipo de seguros, obrigatórios, custa mais de 18 milhões de euros às sociedades desportivas, valor que pode reduzir em mais de um terço, sem afetar as coberturas, se o Governo alterar a lei. Para isso, bastará o bom senso dos demais interlocutores.

Entre os muitos temas tratados nesta fase do defeso destacou-se a tarifa de desporto que a TAP se propunha eliminar nas viagens de e para as regiões autónomas.

Há uns meses, numa entrevista ao jornal Dinheiro Vivo o ex-secretário de estado do Turismo e atual administrador não executivo da TAP, Dr. Bernardo Trindade, alertava para o risco da Madeira perder cerca de 30% da sua riqueza caso não existissem alternativas que garantissem a mobilidade entre o Continente e as ilhas. Em boa a hora o fez e em boa hora foi capaz de consciencializar os seus colegas de administração que para as ilhas não estava só em causa a riqueza económica, mas ainda a possibilidade de as suas equipas desportivas participarem em competições que pretendemos nacionais e não apenas continentais.

A Liga, com os seus interlocutores de excelência, e a TAP, com os seus responsáveis com capacidade decisória, lograram um acordo que protege o futebol nacional, mas, e sobretudo, respeita os direitos e aspirações legítimas de todos os que praticam desporto federado em Portugal Continental e nas nossas belas ilhas.

Kick-Off após defeso intenso

Não posso deixar de destacar a maturidade das sociedades desportivas na aprovação dos novos regulamentos, em concreto do Disciplinar