Miguel Farinha, Partner EY, Óscar Gaspar, Membro da Comissão Executiva da CIP, José Francisco Neves, Membro Comité Executivo Allianz Portugal e Susana Rodas, Diretora Executiva da Liga Portugal participaram no segundo painel. “O impacto da COVID-19 em Portugal” foi o tema principal da sessão

Susana Rodas, Diretora Executiva da Liga Portugal

“Quebra de transferências foi de 300 para 156 M€”

“A UEFA já informou, por email, das dificuldades e que poderá ser afetada nas receitas e terá de afetar a quem está a pagar nas participações internacionais. Fizemos uma estimativa de uma perda potencial de 20%, cerca de 30 milhões, face aos 155 milhões que é aquilo que as SAD têm conseguido nas suas participações europeias. Depois é uma questão de pescadinha de rabo na boca.”

“Nos direitos televisivos, a nossa expectativa é que as equipas continuem a jogar em bolha, com muitos testes e que seja possível manter a competição, para não haver quebras.”

“Centralização dos direitos televisivos é uma pasta que está a ser tratada pelo SEJD. São precisos apoios de forma a ter o mesmo tipo de condições que os principais concorrentes europeus. Até agora, e face ao esforço desenvolvido pelas SD, ainda só houve uma redução de 10% dos postos de trabalho.”

Miguel Farinha, Partner EY

“Somos a única Liga europeia sem direitos centralizados”

“O encaixe com receitas de transferências de jogadores chegou, na última época, a 300 M€, isso não voltará a acontecer tão cedo. Em 18/19, o futebol português teve encaixe de cerca de 180 M€, a perspetiva seria passar para 200, 210 M€, de forma. Isso seria antes da pandemia.”

“Nos primeiros classificados, os direitos televisivos representam cerca de 20% das receitas, a partir do sétimo, é de 40% para cima. Somos a única Liga europeia que não tem direitos centralizados: não podemos ser os únicos certos e os outros todos errados.”

“Metade das receitas da Liga inglesa é internacional; na liga portuguesa, isso representa cerca de 5%. Há uma questão de dimensão, mas tem o José Mourinho e todos os outros treinadores – temos agora o Abel na final da Libertadores, como já tivemos o Jesus, temos o melhor jogador do mundo e todos os outros, somos campeões da Europa. As outras Ligas venderam isso para fora muito bem, nós ainda não o fizemos. E tem de ser como Liga Portugal, e não como Benfica, FC Porto ou Sporting”

Óscar Gaspar, Membro da Comissão Executiva da CIP

“Futebol tem palavra a dizer nos apoios provenientes da bazuca”

“83% das empresas consideram que os apoios do Estado ficam aquém do esperado. O futebol é um setor de atividade, paga os seus impostos, esteve parado durante meses, o que teve impacto no interesse que suscita no público em geral e nas empresas subsidiárias em particular.”

“Temos uma carga fiscal que não é amiga do investimento. Somos um país exportador de jogadores. Não é fácil que haja uma política de redução. O cenário, nos próximos dois anos, é de agravamento e não de alívio da carga fiscal.”

“Todos setores de atividade, inclusive o futebol, devem ter uma palavra a dizer quanto aos apoios decorrentes da bazuca. O futebol tem um papel absolutamente fundamental, até no que diz respeito à saúde mental.”

José Francisco Neves, Membro do Comité de Direção da Allianz Portugal

“Vamos continuar a apostar na Allianz CUP, é uma prova que nos diz muito e será para continuar a estarmos presente e associados. Claro que, com público, tudo será diferente e mais emotivo.”

“É importante tratar bem esta indústria. Deixo um apelo muito direto, aos dirigentes: os patrocinadores querem estar associados ao que se passa no futebol, aos artistas, jogadores e treinadores. Não querem ver a sua marca associada a nada mais a ver com futebol.”

“As marcas são geridas por pessoas que gostam de futebol, como acontece com quase todas as pessoas. Essa decisão racional é fundamentada em números. O futebol, em Portugal, como em grande parte da Europa é o maior veículo de transmissão de marca que existe.”