A Liga Portugal promoveu esta sexta, em parceria com a Associação Nacional de Médicos de Futebol (AMEF), em Lisboa, um encontro sobre “A Saúde no Futebol”, que contou com a participação de perto de duas dezenas de responsáveis clínicos de sociedades desportivas da Liga NOS e da Ledman LigaPro.

Na abertura da sessão, o Presidente da Liga, Pedro Proença, desafiou a AMEF a apresentar, no início do próximo ano, uma proposta destinada à certificação dos médicos inscritos nas competições profissionais de futebol, com vista à sua inclusão nos respetivos regulamentos.

Um desafio prontamente aceite pelo Presidente da AMEF, João Pedro Mendonça, que enalteceu o facto de a Liga mostrar, “de uma forma prática, que está disposta a colaborar ativamente na introdução de uma maior eficácia das equipas médicas das competições profissionais”.

Na opinião de João Pedro Mendonça, “não faz sentido que uma equipa médica de uma equipa profissional de futebol não tenha de cumprir determinados requisitos, tal como sucede com um treinador, que tem de ter um certo nível de formação para estar no banco, ou um jogador, que também tem de preencher determinados requisitos”.

Lembrando que “na Liga Portuguesa de Futebol Profissional estão inscritos 1151 atletas e cerca de 200 profissionais da área médica”, Pedro Proença defendeu que a AMEF deve ter “um papel orientador” na certificação dos clínicos e, simultaneamente, ser um parceiro no desenvolvimento de ações formativas destinadas a estes profissionais.

A sessão, que decorreu no Centro de Estágio do Jamor, dividiu-se em dois temas principais. No primeiro, os médicos Filipe Serralva e Pedro Martins procuraram sensibilizar os colegas presentes para a importância de desenvolverem nos seus clubes protocolos de procedimentos de emergência e planos de catástrofe.

O segundo tema, apresentado pelo Diretor do Departamento de Saúde do FC Porto, Nélson Puga, foi dedicado às lesões musculares dos jogadores de futebol que, segundo o clínico, representam o principal motivo de preocupação em termos de lesões destes atletas.

Segundo explicou, “numa equipa de futebol calcula-se, em média, a ocorrência de 10 lesões musculares por época, representando, na totalidade, cerca de 10 meses de inatividade dos jogadores”.

Para dar uma melhor noção da dimensão deste problema, Nélson Puga citou um estudo relativo às equipas que disputam a Liga dos Campeões, referindo que, “tudo somando, calcula-se em cerca de 500 mil euros o custo médio de um mês de paragem de um jogador desses”.

Neste contexto, Nélson Puga partilhou conhecimentos e práticas ao nível da prevenção de lesões musculares e do seu diagnóstico, tratamento e recuperação do atleta.

A encerrar a sessão, o Presidente da AMEF prometeu a realização, em 2018, de novas ações que promovam o debate e a partilha de experiências entre os responsáveis clínicos das sociedades desportivas.

João Pedro Mendonça (Presidente da AMEF) e Pedro Proença (Presidente da Liga).

João Pedro Mendonça (Presidente da AMEF).

Filipe Serralva (médico).

Pedro Martins (médico).

Nélson Puga (FC Porto)

Liga promoveu debate entre médicos do futebol

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