A cooperação entre Futebol Profissional e Não-Profissional foi discutida, esta terça-feira, nas Jornadas Anuais 2024, que decorrem no Estádio do Bessa séc. XXI.

Num dia dedicado à discussão do futuro das competições da Liga Portugal, o jornalista Vítor Santos, diretor do jornal O JOGO, moderou o painel que deu voz aos presidentes de sete Associações Distritais e Regionais (ADR): José Manuel Neves (Associação de Futebol do Porto), Jorge Sárria (AF Viana do Castelo), Horácio Antunes (AF Coimbra), Manuel Nunes (AF Leiria), António Pereira (AF Évora), Pedro Xavier (AF Beja), Reinaldo Teixeira (AF Algarve) abordaram a articulação entre estas duas realidades de um mesmo futebol.

Para José Neves, presidente da AF Porto, esta "aproximação entre futebol distrital e profissional" é uma inevitabilidade, designadamente, numa associação de grandes dimensões, como a que lidera. "Para ser amador, temos de ser profissionais", resumiu, antes de fazer um breve retrato da AF Porto, que se prepara para concretizar um "passo rumo ao futuro" com a construção da academia, estrutura vizinha da Arena Liga Portugal, a nova casa do Futebol Profissional.

Jorge Sárria, presidente da AF Viana do Castelo, também partilhou com a plateia o retrato da realidade no Alto Minho, animado com os temas abordados nestas Jornadas Anuais e partilhados com as ADR: "A Liga Portugal viu que o Futebol Profissional não pode estar desligado do distrital."

A importância de uma perspetiva agregadora de todos aqueles que trabalham para "alimentar o futebol, fazê-lo crescer", foi também destacada por Horácio Antunes, presidente da AF Coimbra. "Estamos todos no mesmo caminho para fazer progredir o futebol", reforçou, entusiasta da oportunidade de "conhecer o que os outros fazem" para poder replicar as boas práticas a nível distrital.

Do presidente da AF Leiria ficou uma proposta de reflexão, a propósito do novo ciclo governativo que se iniciará com as eleições legislativas de 10 de marco. "Quem vai estar à frente dos destinos do país tem preocupação com o Desporto?", questionou Manuel Nunes, a propósito desse desafio transversal de desenvolver a modalidade. Inspirado neste desafio de Manuel Nunes e na realidade alentejana de Beja, o presidente Pedro Xavier lembrou a necessidade de os políticos "não se limitarem a investir apenas no litoral".

António Pereira fez o retrato da AF Évora, onde as infraestruturas pedem um reforço urgente: "Há miúdos que se levantam mais cedo para ir fazer um jogo de futebol do que para ir para a escola."

A viagem deste painel desaguou a Sul, na voz de Reinaldo Teixeira, presidente da AF Algarve, que, como os companheiros de painel, aplaudiu os conteúdos das Jornadas Anuais 2024 e a disposição da Liga Portugal para "interagir com o futebol amador" num âmbito que não se esgota neste evento. "Quase sem custo se vai aumentando a competência, semeando o conhecimento na base", referiu, numa alusão aos "estágios" e às "ações da Business School" que garantem "competências para replicar no terreno", para rematar com o desejo de que a "interação se vá prolongando neste universo que se quer cada vez mais um todo."

Associações Distritais tiveram voz nas Jornadas Anuais

Associações Distritais tiveram voz nas Jornadas Anuais