Presidente do FC Penafiel desde 2011 e antigo Diretor de Competições da Liga Portugal, António Gaspar Dias esteve, este sábado, no Talent Room, no terceiro e último dia do Thinking Football Summit. Profundo conhecedor da indústria, Gaspar Dias falou sobre os custos de contexto do Futebol Profissional.

“O Futebol Profissional gerou quase 3600 postos de trabalho na época passada. Tem impacto em 3600 famílias. Contribuímos com 617 milhões para o Produto Interno Bruto, representamos 0,3% do PIB. O Futebol Profissional pagou 214 milhões de euros em impostos, mas continua a ser discriminado ou a não ter o mesmo reconhecimento doutros setores de atividade”, afirmou António Gaspar Dias.

O presidente do FC Penafiel falou sobre IVA, IRS, Seguros de Acidentes de Trabalho e Centralização de Direitos Audiovisuais, entre outros assuntos. “O Futebol é uma atividade de entretenimento e paga 23% de IVA por bilhete. Se eu quiser ir ao cinema ou ao teatro, pago 6% de IVA. Este é um dos tipos de discriminação de que falo”, apontou o dirigente.

António Gaspar Dias falou sobre as dificuldades de retenção de talento com a elevada carga fiscal de IRS (48% é taxado no valor absoluto mais baixo) e nos Seguros de Acidentes de Trabalho. “As Sociedades Desportivas pagam, por época, 25 milhões de euros. O seguro é calculado através da massa salarial dos jogadores, no caso 16%. Isto não acontece noutras atividades”, explicou António Gaspar Dias.

Num contexto tão limitativo, António Gaspar Dias lembrou a existência de três equipas na fase de grupos da Liga dos Campeões pelo terceiro ano seguido e outras formas de conseguir novas formas de receita para aumentar o investimento em infraestruturas e formação de jogadores. “Grande parte do dinheiro que advém das apostas vem do Futebol, e esse dinheiro não chega aos Clubes. Uma repartição diferente desse dinheiro seria fundamental para termos outras condições de investimento em infraestruturas e, com isso, melhorar a experiência e o conforto dos adeptos”, completou António Gaspar Dias.

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