Propostas visam promover o equilíbrio competitivo em todas as Ligas nacionais
A European Leagues (EL), associação que agrega as Ligas Europeias, entre as quais a Liga Portugal, apresentou um conjunto de propostas para o ciclo 2021-24, já entregues à UEFA, destinadas a melhorar as competições europeias de clubes e a promover o equilíbrio competitivo em todas as Ligas nacionais.
O novo modelo para o ciclo 2021/24 foi apresentado durante a Assembleia Geral da EL, que decorreu em Frankfurt, na Alemanha, e visa inverter as alterações introduzidas no projeto de modelo apresentado pela UEFA , o qual mantém a entrada direta na Liga dos Campeões aos quatro primeiros classificados das principais ligas de Espanha, Alemanha, Itália e Inglaterra, cria uma nova competição, designada, para já, como UEFA Europa League 2 e estabelece novos critérios de participação e distribuição de receitas.
A European Leagues propôs, por isso, um formato inovador e mais inclusivo, bem como um novo modelo de distribuição de receitas, em que a solidariedade seja devidamente reconhecida para restaurar e apoiar o equilíbrio competitivo nas competições domésticas.
O modelo proposto para acesso às competições europeias no ciclo 2021/24, propõe o seguinte:
- Que a participação dos clubes nas competições da UEFA seja sempre baseada no desempenho mais recente dos mesmos nos respetivos campeonatos e/ou taças nacionais. A única exceção são os vencedores de cada competição europeia.
- Um mínimo agregado de 36 (aproximadamente dois terços da lista de acesso) campeões nacionais deverão participar nas fases de grupos de todas as competições europeias.
- A maioria dos membros da European Leagues defende que a Liga dos Campeões deve ter, no máximo, três equipas com acesso direto (mais uma no Play-Off/Fase de Qualificação) à Fase de Grupos por cada liga nacional.
No que se refere aos calendários, a European Leagues propõe um maior equilíbrio entre as competições da UEFA e os campeonatos nacionais, nomeadamente:
- Um total de 72 dias de calendário, representando 25 semanas, reservados para jogos das competições europeias (ou seja, fases de qualificação, fase de grupos, eliminatórias e finais).
- Os jogos das competições europeias serem sempre jogados em dias da semana (definidos como terça, quarta e quinta-feira), exceto a final da Liga dos Campeões, a disputar ao sábado. Todas as outras finais europeias serão jogadas em dias da semana.
- Os dias da semana não reservados para jogos das competições europeias ou de seleções nacionais serem destinados aos campeonatos nacionais ou taças.
- Os jogos dos campeonatos nacionais serem jogados, principalmente, aos fins de semana (definidos como sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira), exceto nos fins de semana reservados a jogos internacionais das Selecções Nacionais.
Relativamente ao Modelo de Distribuição de Receitas, a European Leagues pretende garantir uma distribuição financeira mais justa e democrática, baseada em três pilares:
- O rácio de distribuição entre as três competições deve ser reduzido. Em particular, a relação entre a Liga dos Campeões e a Liga Europa não deve exceder um máximo de 3,5: 1, enquanto a relação entre Liga Europa e a Liga Europa 2 deve ser no máximo de 2,5:1.
- Distribuição Financeira da Competição: o pilar de distribuição do Coeficiente por Clube deve ser afastado, sendo a verba realocada para o Market Pool. O conceito de títulos históricos não deve fazer parte do modelo de distribuição dentro de uma competição, devido ao seu efeito de distorção do equilíbrio competitivo.
- Pagamentos por solidariedade: a percentagem total de pagamentos pela solidariedade deve ser significativamente aumentada para ajudar a reduzir o crescente fosso financeiro entre clubes. O aumento resultante da percentagem afeta à solidariedade deve ser usado, principalmente, para os clubes que não participam nas competições europeias, quer de ligas nacionais com e sem clubes na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Além disso, a European Leagues propõe a inclusão, no âmbito do montante para a solidariedade, de um novo pilar, designado por “Desenvolvimento do Futebol Profissional”, que representa uma oportunidade única para as ligas nacionais apoiarem o desenvolvimento do futebol profissional em países pequenos e médios de toda a Europa. Com esta proposta, uma percentagem dos pagamentos de solidariedade será destinada a projetos com foco no desenvolvimento do futebol de formação, angariação de adeptos, infraestruturas, combate à viciação de resultados e à pirataria, entre outras atividades. As cinco primeiras Associações Nacionais em termos de coeficiente da UEFA são excluídas deste pilar de desenvolvimento para aumentar ainda mais o equilíbrio competitivo em toda a Europa.
A propósito destas propostas, Claus Thomsen, Vice-Presidente da European Leagues, disse acreditar que “todos os interessados - clubes, Ligas e, claro, adeptos - apoiam totalmente um modelo justo e democrático para um Modelo de Competições Europeias de clubes, tanto em termos de acesso como no que se refere à distribuição de receitas. O plano que estamos a lançar hoje é, a nosso ver, um plano abrangente e completo, com uma nova abordagem e novas ideias que contribuirão positivamente para proteger e reforçar o equilíbrio competitivo em todo o futebol europeu”.
“Manter um equilíbrio competitivo é um dos maiores desafios que enfrentamos hoje. Já partilhámos os nossos planos com a UEFA e aguardamos agora um período de discussão construtiva e cooperação com todos os stakeholders, de forma a segurar um futuro melhor para o futebol europeu em todos os níveis”, acrescentou.
A European Leagues deu as boas vindas a três novos membros na Assembleia Geral. A LFA (República Checa), a Virsliga (Letónia) e A Lyga (Lituânia), que se juntam às 32 ligas profissionais que representam mais de 900 clubes de 28 países.
A Liga Portugal esteve representada nesta Assembleia Geral da EL pelo seu Presidente, Pedro Proença (membro do Board), e pelo Diretor Executivo João Martins.
Vencedor será anunciado a 22 de outubro, durante a V Gala do Desporto, no Altice Fórum Braga.